Tecno Italia S.r.l.
A mulher sentiu um princípio de desmaio e teve que se sentar para evitar cair realmente.
Virou o bilhete e viu que no verso estava escrito ATÉ LOGO! com uma esferográfica.
Depois de alguns minutos se levantou da cadeira, pegou um copo e o encheu de água duas vezes. Precisava beber.
Enxaguou o copo, depois foi ao banheiro, refrescar o rosto.
Como podia ser?
Por uma crença popular que lhe tinha sido passada de alguma forma, ela havia sempre associado os crisântemos aos defuntos, e Massimo Trovaioli...
Pegou o telefone e discou 113.
“Estou sendo... perseguida...”, conseguiu dizer, quando alguém do outro lado da linha, lhe respondeu.
“Fique calma, senhora”, disse o agente ao telefone. “e se explique melhor.”
“Eu... estou sendo perseguida... por um morto!”
“É impossível. Tem certeza que está bem?”
“Sim. Sim, eu estou bem”, disse ela. “Estou sendo perseguida... por um morto!”, gritou.
“Onde mora?”, perguntou finalmente o agente, tentando ser rápida, “Vou mandar alguém.”
A mulher deu o próprio endereço e concluiu o telefonema implorando que fossem rápidos.
Quando chegaram dois agentes de patrulha, encontraram Mariolina Spaggesi em pânico.
“Tente tranquilizar-se, senhora. Gostaríamos que nos contasse tudo que está acontecendo”, explicou um dos dois agentes.
A mulher contou a eles do envelope recebido alguns dias antes e as flores recebidos aquela manhã.
“Quem é Massimo Trovaioli?”, perguntou um agente.
“O meu último ex.”
“E ele poderia ter alguma coisa contra você? Quando se deixaram, isso aconteceu de uma forma ruim?”
“Ele está... morto!”, gritou a mulher. “Ele é o... morto... que me persegue!”
Spaggesi continuava gritando, enfatizando sempre a palavra morto toda vez que a pronunciava.
“Desculpe-nos”, disse o outro agente, “Não nos está claro ainda este detalhe. Deve nos desculpar. Sentimos muito.”
“Não faz mal”, responde a mulher, depois de um momento de silêncio no qual tentou relaxar os nervos.
“Viu quem lhe trouxe estas flores?”, lhe foi perguntado, quando os dois agentes ficaram certos de ter passado o momento de impasse.
“Pareceu-me... o florista... aquele aqui em baixo, ao longo da rua San Vitale, mas não tenho certeza. Quando estou na rua, ando sempre tão rápido e não olho muito para as lojas.”
“Iremos verificar”, lhe garantiu um dos dois agentes de patrulha, voltando-se depois para o colega com um olhar de acordo. “Você, no entanto, deve permanecer calma. Vai nos prometer isso?”
“Vou tentar”, respondeu a mulher. “Vou tentar.”
“Bom. Nós nos empenharemos logo para esclarecer esta questão. Provavelmente foi um mal entendido.”
“Estou com medo”, disse a Spaggesi, “Façam alguma coisa, por favor”, implorou, como se não tivesse escutado as últimas palavras dos dois agentes.
“Tente se tranquilizar e beba um copo de água.”
O agente mais próximo da torneira da água, pegou o copo que encontrou ali ao lado, o encheu e o ofereceu à mulher.
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