—Que massa! Eu me lembro bem deste sonho. Foi trágica a guerra entre os anjos. O universo quase sucumbiu por completo. (Renato)
—Eu sei bem disto. Eu estava lá, em espírito. Salvei o universo inteiro com minha própria vida. (Divinha)
—Então? Não tem curiosidade sobre o depois? (Rafael)
—Muita. (Aldivan)
—Também. (Renato)
—O sonho de vocês acabou no “buraco negro”, para onde os anjos maus foram sugados. Vamos acompanhá-los a partir de agora em direção ao futuro. (Uriel)
—Meu Deus. O que acontecerá agora? (Renato)
—Não tem com quem se preocupar. Estaremos com vós. Lembre-se que foi Javé quem criou tudo e a todos. (Tranquilizou Rafael)
—Se você diz, eu confio. (Renato)
—Hum, incrível! Vamos enfrentar mais um grande desafio. Nem nas melhores hipóteses eu pensei nisso. A guardião estava certa ao comentar sobre o perigo da jornada atual. Onde vamos parar? Acho que nem o céu será o limite para nós. (O vidente)
—Isto é apenas o começo, Divinha.Como filho de Deus, há de impressionar ainda mais o mundo literário. Espere e verá. Lembre-se sempre que estaremos contigo em todos os momentos. (Rafael)
—Amém. Obrigado a vocês todos. (Pequeno sonhador)
—Continuemos.O mundo e o imaginável nos espera. (Uriel)
A palavra final de Uriel alertou-lhes sobre o passar do tempo. O objetivo final ficava a zilhões de anos-luz de distância na primeira galáxia criada denominada Etérea. Não poderiam esperar mais.
Rafael e Uriel pegam os humanos no colo e numa velocidade Ultrassônica alçam voo em direção ao espaço desconhecido. Á medida que vão avançando no cosmo eles aumentam ainda mais a velocidade com intuito de superarem a força da gravidade dos Buracos negros existentes. O momento requer agilidade, velocidade e sabedoria para que pudessem superar o maior desafio até agora.
Mesmo estando tão veloz,os humanos impressionam-se com a maravilha que é a paisagem celeste:Planetas,cometas.sóis,quasares,asteróides,meteoróides,estrelas diversas,buracos negros,o espaço vazio,etc.Tudo é muito grande ,lindo e incompreensível para eles.O universo é infinito em ambas as dimensões e a transformação e criação é um processo contínuo.Esta experiência incrível demonstra o quão pequeno é o ser humano,menor que um pequeno ponto no universo.Em contrapartida,por causa de um destes pequeninos,Deus dignara-se a revelar os segredos mais escondidos para que assim os outros pudessem proclamar sua glória.Eis o mistério da vida,de Deus e do universo nas mãos de um só homem, Aldivan Teixeira Torres. Ciente da sua responsabilidade, o filho de Deus permanece sério diante da conjuntura atual. Era necessário ponderar todas as possibilidades para que não caísse em um lago fundo como já acontecera. As experiências ruins acrescentaram bastante no seu modo de observar o mundo. Este fato o fazia quase invulnerável.
Por um tempo que não souberam mensurar, nossos amigos percorreram o universo de ponta a ponta e ao chegar ao início, no extremo, depararam-se com o maior buraco negro existente em todas as dimensões, aquele que sugara o Arcanjo Lúcifer e seus seguidores. Aproximando-se cada vez mais, os corpos dos nossos personagens entram em choque com o ambiente gravitacional tão intenso.
Num instante,a gravidade puxa seus corpos completamente e ao adentrarem neste astro fantástico era como se ultrapassassem várias dimensões ao mesmo tempo.Do lado direito,luzes azuis e brancas chocam-se entre si e,do lado esquerdo,fagulhas azuis e pretas colorem o ambiente.Estar num buraco negro é parecido com a sensação de estar dentro dum liquidificador em plena ebulição.Ali,naquele local,estavam guardados todos os segredos da origem do universo e em cada pedaço daquele enorme espaço tinha uma porta dimensional para outro universo.A equipe da série o vidente caía velozmente no buraco com os anjos esforçando-se em proteger os humanos.Parecia que o buraco não tinha fim nem começo ou meio,estariam perdidos para sempre?Quem os salvaria?A agonia era tanta que nem conseguiam fixar os pensamentos.
Em dado momento, ocorre uma explosão interna severa e cheios de medo nossos amigos gritam. Aparece um orifício no centro e que tem um poder gravitacional ainda maior. Inevitavelmente, os corpos e almas deles são sugados e ao atravessar o elo entre os mundos algo fantástico acontece. Eles encontram-se do outro lado da existência.
O mundo em que eles caem amparados pelos braços fortes dos anjos tem aspectos parecidos com a terra e com Kalenquer.A diferença é que imediatamente notam a devastação de seus recursos. O que teria acontecido ali de tão grave? Sem respostas, eles sentam um pouco organizando uma reunião rápida. Rafael novamente pronuncia-se:
—Este planeta chama-se Crovos e foi para onde os Arcanjos negros pararam após sua expulsão de Kalenquer.O resultado está diante dos vossos olhos. O objetivo é agora o encontrar o último remanescente da população local.
—Meu Deus! Que Desgraça! Por que Deus permitiu isto? (Renato)
—Não blasfemes, Renato. Deus não tem nada a ver com isso. Simplesmente a punição dada aos rebeldes ocasionou este fato. Digamos que foi o destino. (Uriel)
—Destino, eu não o entendo. (Renato)
—Não perca tempo em entender. Devemos apenas aceitá-lo. Tudo nesta vida tem um porquê e se estamos aqui é porque algo a ser feito, não é companheiro Rafael? (O vidente)
—Exatamente.A resposta e os desafios encontram-se num lugar além do horizonte. Trata-se de uma chance de resgatar a nossa própria história escondida no véu do tempo. Eu e Uriel estamos aqui para aprender também. (Rafael)
—Isto.Não há ninguém tão grande que não possa aprender. Estamos no mesmo barco. (Uriel)
—Vamos indo. O tempo urge. (Arrematou Rafael)
O primeiro contato
A fala de Rafael encerrou com qualquer pretensão de solucionar dúvidas dos humanos presentes. Não era o momento adequado para isso. Tinham que se contentar com as poucas informações adquiridas. Cabia a eles buscar o estranho e misterioso ser que habitava naquele planeta quase deserto. Havia algo interiormente o qual dizia que se tratava de alguém espetacular, alguém para ser lembrado durante a existência inteira.
As vias de acesso do planeta apresentavam bastantes dificuldades de locomoção por serem terrenos com imensas crateras por toda a parte. Nas partes intransitáveis, os anjos davam uma força aos humanos e lhes ajudavam a atravessar. Sem eles, a aventura tornar-se-ia impossível.
O momento requeria fé, disposição, empenho, paciência e inteligência pois estavam num buraco no meio do nada procurando por uma pista longe do alcance. Não havia dúvida de que este era o maior desafio de todos até o presente momento.
O tempo passa rápido e nossos amigos perdem a conta de quantas horas perdem transitando de um lado para outro. No momento em que já pensavam em desistir eis que surge uma pequena edificação ao alcance da vista. Eles não demoram a dirigir-se para lá com o intuito de descansar e conseguir algo para comer.
No percurso restante,conversam entre si trocando informações.Será que estavam na pista certa?O momento de descobrir aproximava-se cada vez mais.Enquanto esperavam,brincam,distraem-se com o ambiente,imaginam muitas coisas das quais ainda não tem conhecimento.Só o fato de estarem ali fazia todo o sentido para eles,a aventura certa no momento certo para cada um deles.Com palavras de motivação,eles continuam andando chegando,cerca de vinte minutos depois,em frente a residência nada parecida com as construções humanas.Era um edifício quadrado,alto e largo na mesma proporção,uns três metros de medida de ambos os lados.Ao fundo,um pequeno pomar com árvores frutíferas,uma raridade nas condições do planeta.Do lado esquerdo e direito,serras feitas de um minério escuro e em frente um abismo sem fim já ultrapassado pelos nossos colegas.
Eles não perdem tempo e em conjunto batem na porta de entrada-saída da casa. Na terceira tentativa, escutam um barulho e ficam à espera do que iriam encontrar. A ansiedade e o nervosismo eram intensos e só se acalmariam quando tudo estivesse resolvido.
A porta abre-se. Do lado de dentro, surge uma criatura com aspecto parecido com os humanos: Cabeça, membros e postura. No rosto apresentava cicatrizes profundas oriundas do passado. Seu olhar era profundo e concentrado. Suas vestes eram limpas, de cor branca e suntuosas. No braço direito, tinha uma marca conhecida em forma de cruz. Nossos amigos quase caem no chão de susto. Diante deles estava um descendente da família divina.
—Enfim chegaram. Os arcanjos do pai celestial e meus primos distantes. Eu estava esperando-lhes há doze bilhões de anos. Eu me chamo Ventur Okter, o sobrevivente. Eu sei exatamente o que vieram fazer aqui. Minha resposta é sim, eu posso treiná-los para que possam descobrir “o buraco negro”.
—Eu me chamo Aldivan Teixeira Torres, mas também sou conhecido como vidente e Divinha.Eis que sou seu teu discípulo a partir de agora.
—Eu sou Renato, companheiro inseparável de aventuras do Divinha.Juntos somos o pilar da série “O vidente”.
—Sim, eu compreendo. Estão de parabéns. Em vindos, amigos. (Ventur)
—Eu vos trouxe os humanos como prometi. Obrigado pela recepção e pela disposição em ensinar. Se repassares pelo menos um terço do que sabes será bem construtivo para nós. (Rafael)
—Ajudarei da melhor forma para que possam por si descobrir o fio da história. É uma honra para mim. (Ventur)
—A recíproca também é verdadeira. Já tem um plano? (Uriel)
—Sim, está tudo certo. Mas entrem. Eu preparei uma sopa deliciosa feita de pedaços de Cajamar, uma ave típica deste planeta. Estejam à vontade. (Ventur)
—Vamos, pessoal. (Ordenou Rafael)
Os cinco adentram na morada. Como nas moradias humanas, o primeiro ambiente é um tipo de sala com móveis, uma lareira, quadros com pinturas e assentos milimetricamente trabalhados junto ao piso. Enquanto observam aquela maravilha de arquitetura, eles acomodam-se e o anfitrião vai buscar na cozinha o alimento. Na volta, eles são servidos e um segundo contato é feito entre eles com objetivo de conhecerem-se melhor.
—Vamos aproveitar este momento maravilhoso para conhecer-nos melhor. Fiquem à vontade para falar um pouco de vós. (Ventur)
—Eu sou Rafael, arcanjo do reino dos céus que tem como missão atual acompanhar estes humanos tão queridos pelo pai. O motivo de todo este aparato é a importância da missão de cada um deles.
—Eu sou Uriel Ikiriri, anjo especialmente designado para proteção do filho de Deus.Fui criado para ele desde o princípio. Juntos, somos a força mais importante do universo, algo que veio transformam em definitivo os mundos.
—Eu sou Renato, filho adotivo do espírito da montanha do Ororubá.Desde o princípio estou com Divinha e agora pouco soube que nossa ligação vem da origem do cosmo. Está explicado porque nos damos tão bem.
—Eu sou o filho de Deus, alguém enviado pelas forças do bem para salvar a humanidade pecadora. Através da literatura, pretendo alcançar um bom público leitor. Quero encantar e conquistar o coração de cada pessoa.
—Eu sou Ventur Okter, descendente divino direto de Jesus neste planeta. Num tempo longínquo, algo muito grave aconteceu aqui. O que restou está diante de vós. Sinto-me melhor e mais feliz com a presença vossa nesse momento.
—Qual seu objetivo? (O vidente)
—Desde sempre espero por este momento, o dia em que conheci o verdadeiro filho de Deus, o filho espiritual. Minha sabedoria é tão extensa quanto este universo e isto acontece porque sou experiente. Conviver contigo e ensiná-lo será a minha oportunidade para retribuir a meu pai. Sabe, sinto tantas saudades dele. E qual é o vosso? (Ventur Okter)
—Viver este momento, aprender, buscar novos horizontes e ser feliz com minha arte. Faço tudo pela minha família, amigos, colegas de trabalho, admiradores do meu trabalho e seguidores. (Divinha)
—Minha meta é terminar a faculdade, arrumar um emprego, continuar ativo nesta série literária maravilhosa, casar, ajudar meu parceiro em todos os momentos e ser feliz. Estou muito feliz por este momento maravilhoso num planeta devastado e por ter a oportunidade de conhecer a descendência de cristo. (Renato)
—Estamos num ponto de divisão de nossas vidas. É bem provável de sairmos completamente transformados desta experiência. Mesmo eu, que sou um arcanjo, terei algo a evoluir. (Rafael)
—Para vocês que não sabem, Ventur Okter é o detentor dos treze selos divinos. Estes selos conferem ao dono a perfeição, o conhecimento e a felicidade. A fim de entender “O buraco negro”, precisaremos de cada um destes atributos. (Informou Uriel)
—Sim, é verdade. Estou plenamente pronto para repassar esta dádiva. (Ventur)
—O que é exatamente “O buraco negro”? (O vidente)
— É um ponto para onde tudo converge e se transforma. São espaços dimensionais existentes nas dimensões visíveis que ligam a uma força maior, capaz de realizar milagres, curas e libertação. É o conhecimento puro sobre o infinito e em relação a Deus.É um estágio tão avançado que nem sequer os arcanjos conseguem alcançar, somente os filhos de Deus. (Explicou Ventur)
—Incrível.Eu já tinha ouvido falar de algo, mas não tão profundo. Quando começamos? (O filho de Deus)
—Amanhã mesmo. Aproveitemos o restante do dia para descansar um pouco mais. Sabe, faz tempo que não recebo visitas. Para ser mais preciso, há doze bilhões de anos. Estou Feliz! (Ventur)
—Minha nossa! Muito tempo mesmo! (O vidente)
—Este é o maior exemplo de que a paciência é uma virtude que nunca falha. (Rafael)
—Sei como deve ter sido tedioso. Não se preocupe irmão, ficaremos um tempo aqui. (Renato)
—Obrigado. (Ventur)
—A equipe da série “O vidente “ está completa agora. (Uriel)
—Amém. (Divinha)
Nossos amigos continuaram conversando por mais um tempo. Tudo era muito recente e eles não tiveram tempo para pensar no caso em detalhes. A certeza que tinham eram que mergulhariam de corpo numa aventura que prometia. Uma aventura no espaço, junto a um divino.
Ao concluir o almoço, eles prontificam-se a lavar os pratos, varrer a casa, trocar informações, fazer planos internos, cozinhar, conhecer melhor a casa e os costumes do novo mestre. Cada detalhe era importante para aqueles que almejavam a compreensão dum desafio tão complexo. Mais tarde, eles jantam e saem para observar a noite junto com o anfitrião. Que mais surpresas viriam?
A noite e as histórias de Crovos
Semelhantemente a terra, do quintal do nosso novo amigo podia-se ver toda a imensidão do espaço. Nossos queridos personagens espraiam-se do lado de fora observando esta maravilha da natureza. Num instante de silêncio, são capazes de entender a grandeza e a perfeição de Deus.Era muito bom estar ali, junto a dois seres divinos capazes de mudar o tempo o espaço. Sem dúvidas, o desafio do buraco negro poderia ser encarado de igual para igual.
Ciente disso, Ventur entra em contato com os demais.
—Diante de vós está a esfera onde tudo começou. Podem até não se lembrar, mas segundo pesquisei no início estavam Deus pai, Deus filhos e Deus espírito santo. A partir daí, foram criados os universos pelo poder de sua palavra.
—Eu não estive no começo. Quando fui criado Javé Deus e seus filhos já existiam. Pela glória, poder e sabedoria aprendemos a respeitá-los e adorá-los. Porém, nunca tivemos uma explicação plausível sobre como tudo começou. (Respondeu ofegante e desapontado o Arcanjo Rafael mexendo nos botões em sua camiseta de seda.)
—Este mistério é muito grande para sua mente. Por isto Javé Deus não se dignou a explicar. Para vós, basta ter em mente o amor e a complacência do divino. O que posso dizer é que Deus é o início, meio e fim de todas as coisas- Disse Ventur com autoridade e superioridade.
—Verdade. A ele toda honra, glória e adoração sempre. (Rafael)
—Amém. (Ventur)
—Eu sou um simples crente humano. Como Javé vê os jovens de hoje? (Renato)
—Os desafios são muito grandes pois há uma depreciação religiosa em todas as esferas. Á medida que as comunidades avançam esquecem-se de sua filiação divina e tornam-se autossuficientes. É o que acontece em grande escala na terra. Tente fazer sua parte, Renato. Deus julga cada um de forma individual. (Aconselhou Ventur)
—Obrigado.Eu o farei. (Afirmou Renato)
—Irmão, quão grande é tua sabedoria. Alguma vez já teve dúvidas? (Aldivan)
—O fato de eu ser descendente de cristo neste plano não me faz invulnerável. Eu sou como vós, cheio de dúvidas e inconstâncias. A diferença é que estou só e tenho tempo suficiente para dedicar-me exclusivamente ao meu pai. (Explicou Ventur)
—Entendi.Carregamos fraquezas e ao mesmo tempo somos superiores por nossa bondade, fé, inteligência e dedicação à nossa missão. Por isto é que somos “Os filhos de Deus”. (Vidente)
—Exato. (Ventur)
—Nesses doze bilhões de anos depois da guerra, que histórias ou fatos marcaram sua vida? (Indagou Uriel Ikiriri)
—Muitas. Sofro só de pensar nelas. (Ventur)
—Gostaria de compartilhar? (Uriel)
—Sim. Estou aqui para isto. (Ventur)
Uma pausa seguiu-se. O descendente de cristo era um homem sério, misterioso e ás vezes indecifrável. Que segredos terríveis poderia guardar? Ninguém tinha a mínima ideia e, por conseguinte a expectativa era grande. A boa nova é que o pouco tempo que conviveram já tinha sido suficiente para que ele pudesse entregar um pouco de sua confiança. Esta era a primeira vitória de nossa turma intrépida.
Alguns segundos depois, ele já parece estar pronto.
—A guerra de Crovos foi a segunda maior guerra conhecida em toda a história do universo que conhecemos. Após seu final, sobraram eu e uma militante chrovense. O nome dela era Kessy e apaixonei-me quase que imediatamente por sua doçura e meiguice. Juntamo-nos e reconstruímos o palácio real.Em dois anos,já tínhamos dois filhos e éramos uma família perfeita e feliz.Nós éramos a esperança deste mundo para que a vida prosseguisse.Pena que tudo não passou de uma ilusão.Certo dia,quando os deixei sozinhos em viagem a outro planeta,uma chuva de meteoros intensa atingiu o palácio ceifando-lhes a vida.Ao voltar de viagem,tive uma imensa frustração e quase me rebelei.Entretanto,a seiva divina que percorre meu peito não permitiu e conformei-me.Tem coisas que estão além de nossa vontade e não podemos atribuir ao meu pai.Este caso foi o típico exemplo do imponderável.
—Sinto muito. Também já senti grandes dores. (Divinha)
—Foi realmente uma pena! (Renato)
—Isto demonstra sua grandeza e boa percepção. Que bom que está conosco agora. (Uriel)
—Phillipe Andrews foi um humano que também sentiu uma dor parecida, perdendo toda sua família num acidente. Juntos, aprendemos que Deus não tem nada a ver com isso. Foi exatamente o que vós relatastes agora. (Rafael)
—Sim, ainda bem que compreendi isto a tempo. Obrigado a todos pelas palavras. (Ventur)
—Por nada. Pelo pouco que conhecemos de ti, você revelou-se um amigo compreensivo e dedicado. Que bom aprender contigo. (Aldivan)
—Vocês também. É uma grande honra. (Ventur)
—Há algo importante a relatar sobre a trajetória de Crovos? (Sugeriu Uriel)
—Vós tocastes no ponto certo. Há um tempo, o planeta foi alvo de criminosos universais vindo de outra esfera. O objetivo era tomar o planeta e fazê-lo ponto estratégico de domínio. Tive que invocar a meu pai e seus anjos para que fossem expulsos em definitivo. Quem é como Deus? Tolo é aquele que anseia dominar qualquer coisa pois a soberania, a honra, a adoração e a glória pertencem unicamente ao senhor. (Ventur)
—Isto é uma lição de vida para nós e para o mundo inteiro. (Uriel)
—Quem por Javé? (Rafael)
—Nós todos! (Os outros)
A noite seguiu-se com mais conversas, brincadeiras, observação dos astros e entretenimento. A cada instante que se passava, aumentava a empatia entre os companheiros da aventura atual. Aquele grupo estava predestinado ao sucesso pela sua idoneidade, fortaleza, dedicação, esperança e fé. Especificamente o filho de Deus, encontrava-se tranquilo e confiante em seus objetivos. Tudo poderia acontecer, mas sua crença em Deus era maior do que qualquer coisa.
Ao fim da noite, os amigos decidem recolher-se nos locais designados para isso. Descansar era tudo o que queriam após uma viagem exaustiva ao longo do espaço. Provavelmente, o outro dia traria mais novidades e surpresas.
Temor de Deus
Amanhece. O vento é sul, o sol é quente aliviado por uma brisa fina e reconfortante que invadem os quartos através das brechas na parede e no oitão. Logo cedinho, nossos mais queridos personagens levantam e preparam-se para um dia corrido em Crovos.Eles tomam banho, voltam aos quartos e vestem roupas limpas. Por fim, dirigem-se ao ambiente de refeição.
Prestativo e gentil, o anfitrião já cozinhava desce cedo para suprir a necessidade de seus convidados. Ao chegarem, tudo estava posto na mesa e organizado. Só teriam o trabalho de sentar e servir-se e é o que fazem. A comida era um ensopado de cravedel, um tipo de animal silvestre. A fome deles era tão grande que nem se dão ao trabalho de perguntar sobre isso.
—Estão gostando do meu tempero? (Ventur)
—Hum.Uma Delícia, nunca provei nada igual. (O vidente)
—Sinceramente, gosto mais de sua comida do que da minha mãe adotiva. (Renato)
—Como sabes, não precisamos de comida exatamente, mas se os humanos dizem, eu assino embaixo. (Rafael)
—Nosso alimento é espiritual, a cada ato bom Deus nos alimenta. (Informou Uriel)
—Compreendo. Mesmo assim, comer não lhes fará nenhum mal. (Ventur)
—Sim, a refeição é um tipo de ritual e sempre fazemos questão de fazer parte. Isto aumenta o entrosamento do grupo o qual é muito importante para a missão. (Rafael)
—Parece galinha. Temos aves por aqui? (Indagou Renato)
—Mais ou menos. Cravedel é digamos um parente das aves humanas. A fauna e flora daqui é restrita e por isto temos poucas opções. (Ventur)
—Mesmo assim está ótimo. (Renato)
—Obrigado. (Ventur)
—Quando o desafio começará? (O filho de Deus)
—Assim quando acabarmos de comer, cuidaremos disso. Serão treze etapas no total representando os selos divinos. Se obtiveres sucesso em todos, o mistério oculto enfim será desvendado. (Ventur)
—Que requisitos são necessários?
—Confiem em mim e em si mesmo. Você já é suficientemente preparado para enfrentar cada um dos obstáculos, eu serei como diz a velha guardiã, a seta que aponta para a realização. Tenha fé! (Ventur)
—Amém.Estou confiante pois sei que ao meu lado tenho dois arcanjos poderosos, um amigo, um irmão e um Deus. Do que preciso mais?
—Absolutamente nada. (Ventur)
Terminam de comer a refeição da manhã, comem frutas de sobremesa, reúnem-se e decidem sair um pouco. Atravessando os quartos, o corredor e a sala principal, eles têm acesso ao ambiente externo. Seguindo o rumo do mestre, eles vão em direção à floresta ao fundo. O momento requeria convicções intensas e profundas por parte deles devido o desafio da própria vida. Que perigos o destino escondia?
Ainda cheio de dúvidas, eles percorrem o espaço de quinhentos metros com rapidez, leveza e graça. O nervosismo crescia cada vez mais, sufocando os lados direito e esquerdo do peito deles. Restava apenas avançar e conferir o que lhes esperava. Ao avançar na floresta negra, a sensação que tinham é que estavam sendo observados. Esta mania de perseguição era comum em quem adentrava naquele território bendito e maldito ao mesmo tempo. Mas eles buscavam algo a mais.
Ao ficar entre duas árvores gigantes, o mestre faz menção para que parem no qual é prontamente obedecido. Imediatamente, ele toma a palavra: