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José, O Grande Servo
José, O Grande Servo
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José, O Grande Servo


Quando ele foi embora, a mãe disse:

- Na verdade, já era hora dele ir embora porque se ficasse mais um dia nem eu conseguiria comer mais a comida.

E para variar, ela preparou uma boa refeição para todos os presentes que celebraram que o jovem tivesse ido embora.

O jovem quando chegou na casa do seu pai, disse:

- A família é muito simpática, mas você precisa fazer alguma coisa por eles porque só tem para comer o que colhem do campo - e contou o que havia acontecido. – Peço que você fale com o Rei sobre eles, já que sendo da família real, ele pode mandar um pouco de dinheiro para que possam variar um pouco a comida - e explicou tudo com detalhes, acrescentando: - Tenho certeza de que alguém ficou sem comer para que eu comesse!

O pai falou com o Rei, que disse:

- Não fazia ideia de tal coisa. Há anos não me relaciono com eles e a renda deles, pelo que você me diz, tem de ser escassa. Portanto, fale com o Ministro da Fazenda e que seja dado a eles o necessário para que viviam de acordo com sua condição.

Assim, por causa da artimanha de um jovem para expulsar outro, seu pai encontrou-se com o Ministro da Fazenda em sua casa dizendo que havia sido enviado pelo chefe da Guarda.

Quando José ficou sabendo, saiu correndo para a cozinha para falar com sua mãe e disse:

- Você tem de colocar aquela comida que colocou quando o jovem esteve aqui - comida que não voltaram a repetir - e não deixe de colocá-la até que este homem tenha ido embora.

A mãe que confiava no bom senso do seu filho fez o que ele pedia.

Assim, quando foram comer, ela colocou a mesma comida e no dia seguinte também. Quando terminaram, o pai se levantou da mesa e encolerizado foi até a cozinha e disse:

- Você também quer que ele vá embora?

E José que estava ali com sua mãe, respondeu:

- Meu senhor, com certeza ele vem comprovar o que o jovem contou e se você lhe der uma boa refeição, ele vai descobrir o truque.

O pai achando que ele tinha razão, permitiu que eles fizessem isso.

No terceiro dia, repetiu-se a mesma comida e o comensal que não saía do seu assombro disse em voz alta:

- Eu sabia que vocês comiam todos os dias a mesma comida, mas foi-me dito que era porque a colheita estava sendo feita, mas a colheita já terminou há muito tempo e isso não é colhido agora.

José que estava comendo com eles e antes que seu pai pudesse falar, disse:

- Meu senhor, perdoe que eu responda em vez do meu pai, mas você vai ver que ele tem vergonha. Esta comida é a melhor que temos da colheita que agora se colhe e tínhamos para comer quando a colheita anterior acabou, mas amanhã terá mudado ao seu gosto.

- Isso espero porque não há quem consiga comer isso! – disse o homem.

À tarde, José foi para o campo com os criados para ver o que estava sendo colhido naquele momento e não encontraram nada no campo porque o calor já estava bem intenso e ele se questionou: - O que digo agora para o comensal? Mas sua voz interior disse:

- Olhe bem para o campo porque tem muitas coisas que podem ser comidas – e olhando ao redor viu alguns ratos do campo que havia por ali, ervas e algumas favas. No entanto, ele nunca havia comido nada daquilo e disse aos criados:

- Digam-me, de tudo que vemos, o que é comestível.

- Meu senhor, os ratos são muito bons, embora nunca estiveram em sua mesa e as favas são amargas, mas como prato também se come, e dos cactos se faz um licor, embora com um sabor especial – eles responderam.

- Recolham tudo o que temos que possamos colocar em bom banquete para o homem do Rei - disse José e assim eles fizeram. Ele acrescentou: - Vejam o que vamos fazer. Como não podemos entrar com tudo isso na cozinha para prepará-lo, preparem isso como vocês sabem e depois sirvam como se viesse da cozinha.

Assim eles fizeram e José foi correndo fazer a oração ao ALTÍSSIMO e na oração de todos os dias, acrescentou:

- E dá também aos seus filhos bons alimentos para comer – enquanto pensava que se não resolvesse isso, ficaria com as costas doloridas.

Chegou a hora de comer e os pais estavam com muito medo de ver o que seu filho havia trazido já que ele guardava grande mistério pois havia dito que cuidaria da cozinha naquele dia e os criados, da comida. E não queria que ninguém trabalhasse nela.

Na hora de comer, colocaram na mesa um prato de favas amargas que ele não gostou, mas não disse nada. No entanto, José havia garantido que eles iriam gostar e para isso os deixou sem comer o dia inteiro. Assim quando a comida foi colocada diante deles, eles estavam com tanta fome que tudo parecia bom. O convidado observava como os outros comiam.

Depois chegou a vez da carne e todos comeram dela, menos o convidado. Quando terminaram de comer, ele perguntou:

- De que animal era a carne porque tem um sabor um tão estranho que não consigo saber se é cabrito, mas certamente é um animal pequeno.

José, adiantando-se ao seu pai, respondeu:

- Meu senhor, eu lhe asseguro que é tudo o que cresce no campo neste momento. Quando terminar de comer, eu o levarei até a cozinha para que veja.

E, naquele dia, no lugar de vinho serviram suco de cacto. O pai de José experimentou, fingindo beber, mas sem consumi-lo enquanto dizia para si mesmo: - Assim que o convidado for embora, acertarei as contas com você! Irei contar suas costelas. Veja o que você nos serviu para beber em vez de pegar o melhor vinho que temos. E ele olhava de soslaio para seu filho, mas nada dizia observando que os demais estavam bem orientados e diziam que tudo estava muito bom.

Encerrada a refeição, o homem se levantou e pediu a José que lhe mostrasse a cozinha porque queria saber de onde eles haviam pego a comida, pensando que seria de algum campo plantado especialmente. José o levou até a cozinha que estava vazia e limpa. O homem estranhou e perguntou:

- Como é possível que não haja nada na cozinha de comer? Mostre-me de onde os alimentos saíram!

- Meu senhor, venha comigo! - disse José. E ele o levou até o campo e disse: - Veja, o primeiro prato! – e mostrou as favas. – Veja a carne! – e mostrou-lhe os ratos – E esta é a bebida! – e mostrou-lhe o cacto.

O homem vendo aquilo ficou assombrado com o que via e disse:

- Vim com uma missão que resistia cumprir porque vossa pobreza chegou aos ouvidos do Rei. Trago grandes bens para a família, mas o Rei e eu concordamos que primeiro deveríamos ver se tudo era verdade, porque as referências que tínhamos eram pouco confiáveis. Mas eu vi e verifiquei tudo que me foi encarregado. Amanhã começarão a chegar algumas carroças carregadas com um bom vinho e outras provisões para passar o inverno. Além disso, o Rei envia uma renda que vocês recolherão todos os anos e retira todos os impostos. Além disso, ele quer que todo o mobiliário que eu vi seja renovado que, embora não esteja mal, não é novo. Ele vai pagar por tudo. Da minha parte, irei dar a vocês uma renda particular que, embora não seja muita, poderá ajudar porque não se pode consentir que a família real tenha de viver nestas condições. Mas como seu pai é um homem de honra e eu não quero ofendê-lo, eu imploro que me desculpe diante dele e que explique tudo o que eu disse quando tiver ido embora.

Em pouco tempo, o homem foi embora e quando José explicou ao seu pai o que ele havia dito, seu pai não saía do seu espanto. E pegando uma correia, disse ao seu filho:

- Agora você vai ver. Você me deixou no ridículo! Como eu me apresento agora na corte? Porque eu costumava ir uma ou duas vezes por ano.

E ele tentou pegar José, que dando um passo para trás para que ele não conseguisse, disse:

- Meu senhor, espere e pense um pouco sobre o que você ganhou e verá que cresceu diante do próprio Rei e das pessoas importantes porque eles estarão pensando que apesar da maneira como vivemos não deixamos de pagar os impostos e isso cairá bem para sua fama de homem de honra.

Isso fez seu pai pensar, que se conteve e disse:

- Vamos ver o que vai acontecer! – e deixou a correia de lado.

As carroças levaram dois dias para chegar, mas quando o fizeram, traziam tal quantidade de alimentos e móveis que parecia que tinham de mobiliar um palácio inteiro.

Além disso, chegou um homem escoltado por cinco soldados que traziam uma arca com dinheiro. Ele se apresentou, dizendo ser um emissário do Ministro da Fazenda e trazer a arca como um presente para o jovem que o serviu. E todos ficaram muito contentes.

Quando terminaram de levar tudo, José se apresentou diante do seu pai e disse:

- Pai, isso não é justo! É como se estas coisas tivessem caído do céu e nós ficamos com elas e não compartilhamos com aqueles tem menos.