Книга O Encontro Entre Dois Mundos - читать онлайн бесплатно, автор Aldivan Teixeira Torres. Cтраница 5
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O Encontro Entre Dois Mundos
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O Encontro Entre Dois Mundos

Encaro o meu adversário novamente, reconheço sua superioridade, mas uso todas as forças a minha disposição. Sirvo de ponte entre a luz e a realidade e o ataco de uma vez só. E a estratégia dá certo. O meu adversário cai, desacordado. O círculo de fogo se desfaz e corro para abraçar Renato. O primeiro obstáculo tinha sido superado e todos tinham uma participação na vitória, seja na torcida ou nos conselhos. Agora, cabia a nós continuar no caminho.

Esperamos o monge se recuperar, ele admite a derrota e permite a nossa passagem. Retomamos então a caminhada e como tínhamos atrasado um pouco apressamos os nossos passos ainda mais, avançando na natureza agreste. No caminho, passamos por novas experiências, novos e interessantes lugares e pessoas, ouvimos o som da mata, driblamos pedras, pedregulhos e espinhos, tudo diante de um sol escaldante de verão. Onde nos levaria nossas peripécias? Não sabíamos, apenas guardávamos promessas do destino que se revelava e se escondia a cada passo nosso. Mas continuaríamos tentando. Esta era uma decisão definitiva.

Continuamos avançando e em dado instante ultrapassamos a metade do percurso. O feito nos faz feliz novamente. Porém, sabíamos que novas dificuldades poderiam aparecer. E é o que não demora. Alguns passos adiante, somos cercados por caboclos, espíritos protetores da floresta. Ele nos encara e o chefe deles se aproxima mais e tenta estabelecer um diálogo.

—O que fazem aqui? Já faz muito tempo que andam na floresta, por acaso querem lhe fazer algum mal?

—De maneira nenhuma. Ao contrário, somos protetores. Estamos aqui numa missão de extrema importância, uma viagem de trabalho. Garanto que não machucaremos ninguém. (Eu)

—Somos os desbravadores do tempo, e buscamos a paz, o reconhecimento, o amor. Enfim, procuramos a evolução. (Complementa Renato)

—Acho bom. De qualquer maneira, saibam que serão vigiados continuamente. Não demorem muito. Pois há um limite de tempo por dia na mata. (O chefe dos espíritos caboclos)

Dito isto, desapareceram. Não tivemos tempo de perguntar mais detalhes sobre o limite e então por via das dúvidas nos apressamos ainda mais. Continuamos a caminhar, avançamos e ultrapassamos os três quartos do percurso em um período considerável. Neste momento, dúvidas nos assaltam, mas não temos tempo para pensar nelas. O importante era não fraquejar num momento tão importante.

Avançamos ainda mais e nos aproximamos do destino. Logo em seguida, chegamos em frente à arvore plantada por Angel e Victor, símbolos do seu amor. Concentro-me e estou prestes a tocá-la novamente, mas antes que eu faça o movimento, uma voz conhecida grita atrás de mim: —Não se mexa.

Volto para trás e deparo-me com Angel que rapidamente se aproxima. Espero ele chegar para me dar as explicações necessárias.

—Você estava prestes a se suicidar. Mas ainda bem que te encontrei a tempo. Queria te perguntar se você já explorou seus chacras.

—Não, mestre. Nem sei ao menos o que é Chacra nem explorá-lo. Como faço? (Indaguei)

—Os chacras individuais são os responsáveis pelo controle do fluxo energético carnal e espiritual. Eles utilizam a luz do sol para alimentar a nossa aura e se o desenvolvermos corretamente este poder podermos emitir nossa energia espiritual ao exterior facilitando a compreensão de muitas coisas. A fim de explorá-lo você tem que se concentrar no ambiente, sentir sua magia, seu poder e quando você se entregar completamente poderá entender o desafio atual com mais facilidade. (O mestre)

—Isto. Siga o que o mestre disse e lembre-se de esquecer tudo a seu redor. Lembre dos aprendizados anteriores. (Lembrou Renato)

—Tudo bem. Pelo menos eu vou tentar. (Confirmei)

Dito isto, fico de costas para os meus companheiros, fecho os olhos, esqueço todas a preocupações,anseios,inquietações,as companhias e começo a me concentrar na luz que aquece e dá vida ao planeta. Usando o meu tato espiritual, imagino as estrelas, os astros,planetas,cometas,sóis,galáxias,os seres, tudo isto fazendo parte da roda da vida, inventada por um grande Deus,onisciente,onipotente,onipresente mas invisível ás suas criaturas. Tento ligar-me a este poder grandioso, único ser capaz de me entender naquele momento e nesta busca viajo pelas inúmeras dimensões existentes. Em tudo reconheço o nome dele mas percebo ainda muitas tribulações e a natureza grita constantemente ao meu redor. E é aí que paro e grito também: —Deus meu, vem me socorrer! Estou tão triste, estou sozinho, não conheci o amor nem descobri o potencial dos meus chacras.

Espero a resposta por um tempo, ninguém me responde, eu me decepciono e quando já estava desistindo do meu objetivo, escuto uma voz interior me dizer: —Você não está sozinho e não precisa me procurar em espaços distantes porque eu estou dentro de você, eu sou parte de você. Também me senti muito triste e sozinho há aproximadamente dois milênios atrás porque fui traído e injustiçado pelo meu próprio povo. Mas venci. Se você acreditar em mim e segurar com confiança em minha mão poderei realizar milagres em sua vida. Você quer minha ajuda?

Ainda confuso com toda esta revelação, não titubiei e disse mentalmente a voz: —Sim, eu entrego inteiramente meu destino em tuas mãos. Farei minha parte para te ajudar.

Depois da resposta, senti uma explosão mental, tudo gira ao redor, várias visões se sucedem rapidamente mas não me concentro em nenhuma delas. É aí que sinto algo diferente em mim, uma corrente de energia que percorre todo o meu corpo e me faz ver ao longe. Num estalo, tenho controle sobre mim mesmo e quando me sinto seguro abro novamente os olhos. Volto a posição inicial e reencontro meus companheiros de aventura.

Sem perguntas, dirijo-me a arvore e ao tocá-la eu tenho mais uma visão reveladora: “Herbert era um pobre camponês da região norte do Egito. Suas características principais são:Ambicioso,inteligente,perspicaz,maduro e reflexivo. Desde pequeno, procurava de diversas formas ganhar fama, ostentação e dinheiro mas por mais que se esforçasse não conseguia alcançar seu objetivo. Mas era um batalhador. E um dia encontrou um senhor de terras que admirado com sua inteligência lhe deu uma chance de ajudá-lo a comandar seus negócios. E não decepcionou. Auxiliado por sua inteligência, fez bons investimentos o que trouxe bons resultados para seu chefe e como ganhava por comissão também melhoraram sua vida. De um momento para outro, tinha dinheiro suficiente para realizar todos os seus sonhos e refletindo, decidiu aproveitar sua vida em:Festas,viagens,mulheres e atividades que envolviam lazer, mas sempre era aconselhado a poupar mas como tinha um emprego fixo não se importou muito com este conselho. E aí o tempo passou e no auge do poder e fama, certa vez, numa de suas viagens, encontrou um mendigo que lhe pediu esmola mas não lhe deu atenção alguma. Por que ele não trabalhava? Pensou. Disse para si mesmo: Eu sempre trabalhei, busquei e um dia tive a minha oportunidade. Que ele procure a sua, não tenho nada a ver com seu problema, concluiu. Depois deste fato, alguns meses depois, errou um cálculo, fez um mau investimento e sem esperar foi demitido. Foi aí que procurou suas economias, e verificou que gastara tudo. Procurou outro emprego, mas ninguém mais confiava nele. Por fim, terminou na rua e mendigo como aquele homem que se negara a ajudar. Moral da história: Sempre é bom ajudar. Não importa nossa posição ou classe, se te negas a ajudar, o universo retribui em dobro. Multiplique seu dinheiro, mas partilhe-o e poupe-o para que sempre sua mesa fique farta, e para manter a felicidade. Este é um conselho da vida e todos que seguirem vão se dar muito bem.”

A visão termina. Afasto-me da árvore, me aproximo dos meus companheiros e juntos decidimos voltar imediatamente a casinha a fim de trocar ideias mais tranquilamente. Retomamos então a trilha e começamos a fazer o caminho de volta. No caminho, revivemos lugares fantásticos, encontramos pessoas e animais, os cumprimentamos e seguimos nosso caminho carregando as lembranças das aventuras anteriores e a atual. O que aconteceria daqui por diante? Não tínhamos a menor ideia e era isso que dava um sabor especial as nossas aventuras.

Continuamos avançado cheios de expectativa e ansiedade apesar de já ter cumprido três etapas.A cada passo dado,um novo aprendizado se mostrava a nossa frente.E tínhamos a obrigação de assimilar tudo para ter uma visão ampla sobre os temas.Foi assim que surgiu os dois livros anteriores e eu estava plenamente engajado no terceiro,um terceiro ainda confuso,distante e incógnito por mostrar um desafio gigantesco a ser superado,a questão do desenvolvimento dos sete dons, e a busca pela evolução contínua.Porém,apesar dos pesares eu continuaria na batalha.

Continuamos avançando.O tempo passa e em cerca de duas horas cumprimos todo o trajeto.Ao chegar no destino,nos reunimos na sala e começamos a deliberar sobre o que aprendemos anteriormente.Eu inicio a conversação.

—Mestre,eu tenho uma dúvida.Ainda terei dificuldades maiores do que neste desafio?Quais os riscos?(Pergunto)

—Com certeza,meu caro nobre,que se denomina filho de Deus.A cada novo desafio,novas dificuldades e escolha difíceis terão que ser feitas.Mas não se preocupe:Está fazendo um bom trabalho e tem chances de chegar ao fundo das histórias que prometem ser bastante reveladoras.Quanto aos riscos,são muitos.Maiores detalhes,darei nos próximos capítulos desta novela.(Angel)

—Se precisar de mim,estarei aqui,e no momento crítico serei essencial como sempre.(Renato)

—Obrigado,Renato,pela disponibilidade.Já sei que posso contar com você sempre ,meu amigo.E aí qual o próximo passo,Angel?(Indaguei)

—Calma,não seja ansioso mais uma vez.Primeiro me diga a que conclusões chegou ao entrar em contato com a minha árvore.(O ancião)

—Da primeira vez,senti a grande força dum sentimento profundo que se pode chamar verdadeiramente de amor.Da segunda,tive uma visão referente ao terceiro dom,o conselho,que me fez compreender ao mesmo tempo o amor conjuntamente com ele.Precisamos refletir, e para conseguir andar por um caminho seguro,temos que ouvir conselhos de pessoas experientes que nos mostram um pouco do que é a vida.Se nos negarmos a isso,não descobriremos por completo nosso potencial,nem teremos a oportunidade de sermos completamente felizes pois a felicidade se mostra na caridade,nas boas atitudes,no amor espiritual.Amor também é renúncia,entrega,compreensão,companheirismo,cumplicidade,etc.E você está de parabéns por ter amado tão profundamente um dia.(Afirmei)

—Esplêndido.Agora está preparado para continuar e quem sabe ser feliz completamente.Obrigado pelo elogio.Amor é assim,acontece de repente,seja para nos fazer felizes ou para nos fazer sofrer.Não escolhemos.Mas podemos decidir continuar ou desistir do mesmo.E esta é uma das escolhas difíceis a serem feitas e é aí que o conselho de alguém experiente se torna uma ferramenta essencial para alcançar o sucesso.(Angel)

—Amor também se traduz na amizade.Amo de coração o vidente.(Declara Renato)

A fala de Renato me emociona e nos abraçamos mutuamente.Por instantes,criamos uma atmosfera fantástica de acolhimento e paz espiritual.Neste momento,nossa luz brilha mais forte no céu e reafirma nosso compromisso.Seríamos amigos para sempre,independente de qualquer coisa.Depois de separarmos,Conversamos mais um pouco sobre tudo,planejamos os próximos passos e quando está tudo acertado vamos preparar nosso almoço.Fazemos esta tarefa rapidamente,nos alimentamos,fazemos outros trabalhos,descansamos e refletimos durante o restante do dia.O próximo dia nos revelaria surpresas e questões ainda mais fantásticas.Continue acompanhando,leitor.

Continuando a preparação

Amanhece no sítio fundão. Em dado momento, acordamos, nos esforçamos para levantar e, depois de algumas tentativas frustradas, finalmente conseguimos (Eu e Renato). Já Angel permanece dormindo e respeitamos sua idade e limitações físicas inerentes a ela. Passamos por ele e vamos começar a fazer a rotina normal da manhã (Tomar banho, preparar o café, nos alimentar e escovar os dentes).Na realização das tarefas, tentamos ser eficientes e ágeis da melhor maneira possível e humildemente nos damos muito bem. Em menos de uma hora, já estamos comendo o desjejum na mesa. Neste exato momento, o mestre aparece, nos cumprimenta e senta ao nosso lado.

Ele se serve e tentamos puxar conversa a fim de obter maiores informações sobre o desafio atual.

—Mestre, poderia nos explicar com mais detalhes o desafio proposto dos sete dons? Estamos indo bem até o momento? Como agir a partir de agora? (Perguntei)

—Muitas perguntas de uma vez, meu caro. Mas tudo bem.Tentarei te explicar. O desafio dos dons tem como objetivo prepará-lo para enfrentar uma dura realidade na visão que se apresentará e consiste em duas etapas: A primeira, composta dos seis primeiros dons, dos quais três estão cumpridos, realizar-se aqui no Sítio Fundão, com meu auxílio e de Renato.Depois,a segunda, composta pelo sétimo dom e mais cinco etapas que o desafiarão o seu poder interior e o fará visualizar os problemas atuais ,as soluções possíveis e juntos com a primeira visão poderão produzir “O encontro entre dois mundos”, o dilema a ser resolvido. Quando finalizar a primeira etapa, você será orientado melhor sobre isso. Quanto ao desempenho de vocês, não estão deixando a desejar, a vossa experiência o ajudou muito. Mas é ainda cedo para comemorar pois os desafios ficarão cada vez maiores e exigirão muito desempenho e raciocínio da parte dos dois. Bom, agora, devo comunicá-los que passarão o dia comigo e juntos desenvolveremos a co-visão, no caso do vidente, com Renato tendo uma conversa particular e pessoal comigo para que eu possa orientá-lo sobre algumas coisas. (Explicou Angel)

—Entendi. Ficou bastante claro para mim. Quando partiremos? (Eu)

—Depois de terminarmos o café. Mas não nos preocupemos com trabalho agora. Vamos nos deliciar, pois está muito bom o rango que prepararam. Quem cozinhou? Está de parabéns. (O anfitrião)

—Fui eu. O vidente só sabe fazer ovo frito. Quanto a nossa conversa, vai ser muito séria? Pensei que a guardiã já tinha me preparado. (Renato)

—Calma. Você é muito sábio, mas precisa de orientação. Confie em mim e vai dar tudo certo. (Asseverou Angel)

—Este menino e suas gracinhas.Eu sei cozinhar sim. Eu te orientei o tempo todo. Olhando a receita, sei fazer sim. (Protestei, o vidente)

Todos riem com minha declaração e a conversa continua a girar sobre vários assuntos. Quando terminamos de comer, lavamos os pratos, limpamos a sujeira da cozinha, vamos nos vestir e arrumar algumas coisas para levar no caminho. Com tudo pronto, saímos de casa e já fora procuramos a trilha mais segura e próxima em direção ao grande centro da floresta do sítio. Que novas experiências e aventuras nos esperavam? Continuem acompanhando, leitores.

Rapidamente, conseguimos achar uma trilha.Com passos firmes e seguros, começamos a caminhar nela. O momento atual é de ansiedade e expectativa apesar de tantas emoções já vividas nesta e em aventuras anteriores. O que seria do nosso projeto, da nossa dupla que até agora se mostrava incrível? Poderíamos fracassar? Esta era uma possibilidade apesar de não trabalharmos com ela pois nosso pensamento era sempre de otimismo, de autoconfiança mas também de precaução. Estávamos dispostos a enfrentar qualquer obstáculo.

Com isto em mente, continuamos seguindo em frente por cerca de trinta minutos resolvendo parar um pouco. A pausa nos dá a oportunidade de nos hidratar e de comer um lanche. Angel senta no chão, pede que façamos o mesmo e começa a nos ensinar.

—Estão sentindo? A natureza grita constantemente pedindo ajuda, dando orientações,ensinando,aprendendo mas muitas vezes estamos tão imersos em nossas preocupações que nos negamos a escutá-la. Eu perdi muitas oportunidades da minha vida por causa disso. Até que certo dia, com a experiência, entendi o processo e ajudei alguém a se encontrar um pouco mais.

—Eu tive uma experiência parecida na Montanha do Ororubá.Foi através da meditação que descobri um pouco do meu potencial, mas sinto que ainda não me desenvolvi completamente. (Confessei)

—Eu nasci e me criei na mata. Conheço tudo na montanha do Ororubá.Mas como minha parte espiritual não é aguçada, não percebo nada além dos barulhos dos seres. (Renato)

—É compreensível. Vocês são ainda muito jovens. A fim de crescerem, peço a partir de agora um verdadeiro trabalho de equipe. Chega de individualismo e vaidades. O sucesso se vier será responsabilidade dos dois. (Orienta Angel)

—Tudo bem, mestre. (Respondemos em coro)

—Primeiramente, respeitem seus limites. Se tiverem em dúvida, não arrisquem. Lembrem-se que não super-heróis, que o caminho ainda não está traçado, e que é melhor um pássaro na mão do que dois voando. Agindo assim, estarão livres da influência das mentes negativas e das surpresas da vida. Tudo tem seu momento certo. (Angel)

—Como saberemos reconhecer este momento certo? (Eu quis saber)

—Eu participarei? (Renato)

—Não se preocupem com isso agora. A vida mostra. Foi assim comigo quando me assumi. O importante é não desperdiçar as oportunidades. Olha Renato, só sua presença soma. É claro que ocorrerá sua participação. Não será diferente das outras vezes. (Assegurou Angel)

—Tudo bem. De nossa parte, não faltará empenho, entrega, dedicação, fé no universo e no destino. Não é mesmo, Renato? (Eu)

—Sim, companheiro. Sempre juntos— Respondeu ele.

Depois desta breve observação, nós três nos abraçamos e reafirmamos nosso compromisso de entretenimento, de trabalho e evolução contínua. Quando tudo terminasse, lembraríamos destes momentos únicos e maravilhosos, especialmente importantes para minha carreira na literatura. Continuaríamos com a saga do vidente para o bem do mundo e nosso também.

O tempo passa um pouco. O momento do abraço termina, nos levantamos e decidimos continuar o trajeto que ainda estava no começo e prometia novidades. Seguimos em frente avançando na trilha. Nossos passos nos levam a conhecer novas e lindas paisagens, desfrutar o ar puro do campo completamente, encontrar animais e novas pessoas, viver momentos de ansiedade e expectativa, apesar de tudo estar caminhando bem. Com um pouco mais de tempo, avançamos mais e já atingimos um terço do trajeto percorrido. O feito nos faz feliz e agita mais nossas emoções. O que aconteceria? Dentro de algum tempo saberíamos e provavelmente teríamos que tomar decisões importantes e definitivas. Contudo, tudo valia a pena em prol do sonho maior.

Alguns passos depois, nos sentimos cansados e resolvemos fazer uma pausa rápida. Sentamos no chão duro, nos hidratamos, conversamos um pouco. No momento atual, nosso pensamento está voltado completamente para o objetivo e tentamos tirar algumas informações importantes de nosso mestre. Ele ri, desconversa e manda nós relaxarmos. Isto nos irrita um pouco. Será que ele não sabia o quanto era decisivo aqueles momentos para nós? Caso fracassássemos, jogaríamos todas as ilusões fora e viveríamos uma vida sem graça e cheia de sofrimentos. Seríamos punidos pelo universo que nos proporcionou o dom. Mas ele devia ter suas razões e cabia a nós acolher, respeitar e segui-lo sem mais perguntas.

Certo disso, quando estamos recuperados, nos levantamos e voltamos a caminhar. Seguimos pela mesma trilha, continuamos a enfrentar garranchos, espinhos, bichos venenosos embalados pelos sons da mata. Em dado momento, Angel puxa conversa.

—Que bom tê-los aqui comigo. Dois jovens cheios de sonhos que estão me fazendo reviver uma parte da minha juventude e me dando a oportunidade de repassar alguns conhecimentos que a vida me deu. Muito obrigado. (Angel)

—Nós é que agradecemos. Pela disponibilidade, paciência, pelas orientações. Sabe, tudo está sendo muito proveitoso. (Afirmei)

—Isto. Tudo está valendo a pena e o mais importante de conservarmos é a sua amizade. O admiramos muito. (Renato)

Dito isto, lágrimas rolam pelo rosto de Angel mostrando a sinceridade dos seus sentimentos. Diante de nós estava um homem que junto com meu avô transpassaram barreiras numa época atrasada e repleta de preconceitos. Era um herói de verdade que tivemos a sorte de conhecer. No momento seguinte, ele nos abraça, a emoção continua por mais um tempo e quando ele se recupera, retoma o diálogo.

—Muito bem. Esquecemos um pouco o passado e nos concentremos nos presente. Estão dispostos mesmo a continuar, a arriscar sem temer as consequências?

—Sim. (respondemos em coro)

—Pois bem. Este era o momento para desistir ou continuar. Como vocês escolheram a segunda opção, esta escolha é sem volta. Sigam-me então. Estarei com vocês sempre. (O mestre afirmou)

Obedecemos ao mestre, o seguimos, avançando na trilha agreste. Cada passo dado parecia nos revelar um novo mundo e só faltava chegar ao seu elo, “O encontro”. Mas ainda tínhamos muito tempo para realizar desafios, evoluir e chegar a este ponto. Não tínhamos nenhuma pressa e sim sede de conhecimento. Uma sede que poderia nos levar a perdição, a loucura ou até mesmo uma desgraça caso não tivéssemos o cuidado adequado.

O tempo passa um pouco. Alguns passos adiante, ultrapassamos dois terços do trajeto, nos informa Angel. Ele nos dá algumas orientações básicas e anoto num bloquinho a fim de não esquecer.Nele,anoto também alguns pontos principais de nossa experiência que me ajudariam a escrever o terceiro livro da minha série. Depois de escrever, o guardo com carinho na minha mochila, localizada nas minhas costas. Em seguida, continuamos a caminhar sem trégua. Apesar da idade avançada, Angel aumenta um pouco o ritmo e nós o acompanhamos.

Em dado momento, confiro o horário por curiosidade. Verifico que já estávamos cerca de duas horas a caminhar. Mesmo com o sol escaldante, o suor escorrendo, as dores no joelho e os arranhões resolvemos não parar mais pois o destino nos esperava. Torcíamos que ele nos trouxesse surpresas boas.

Avançamos cada vez mais .Com mais quarenta minutos de caminhada, uma grande planície, cercada por montanhas belíssimas se apresenta aos nossos olhos. Ficamos estáticos por alguns momentos e Angel faz sinal de que chegamos. Aproximamo-nos mais do centro e ao chegar exatamente no meio, sinto uma pressão espiritual muito intensa. Caio de joelhos e peço socorro. Meus companheiros de aventura gentilmente me apoiam a fim de eu não cair de encontro ao chão. O mestre toca em minha cabeça, profere uma oração silenciosa e eu me acalmo. Ele inicia o diálogo.

—Seja mais resistente, filho de Deus. Não se deixar levar pelas forças negativas. O importante agora é manter o foco. Não pense mais em nada.

—Está bem. Mas não seja tão exigente. Lembre-se que estou apenas aprendendo. (Observei)

—Eu também. Estamos no mesmo barco. (Complementou Renato)

—Bem,deixe-me explicar um pouco o que seria a co-visão e como desenvolvê-la. Você,Aldivan,como “Vidente dos livros” recebe a maioria das revelações através de visões, que são imagens rápidas e fortes encaminhadas ao cérebro coordenadas pelo seu dom, sua sensibilidade provocada pelo meio externo. Pois bem, a co-visão seria uma visão mais clara, mais forte, o que o levaria a uma profunda reflexão e desenvolvimentos dos seus poderes. Porém, para chegar a este nível você precisará da ajuda duma segunda pessoa, que esteja na sua mesma sintonia, que te conheça bem e que inspire confiança, alguém como Renato—Disse Angel.

—Como poderia ajudá-lo? (Animou-se Renato)

—Como seria isso? (Eu)

—Calma, para os dois. A co-visão não se desenvolve duma hora para outra. Vão ser necessárias três etapas para que consigam ter a primeira experiência. O que deve ser feito agora e sempre é um treinamento de adaptação. Toda vez, que tocar algo, filho de Deus, terás a companhia prazerosa de Renato. (O mestre)

—Como assim? (Pergunto)

—Eu explico. A cada experiência de visão breve, chamarás Renato para participar e emitir sua energia espiritual, algo parecido com a liberação dos “Chacras”. (Angel)

—Tudo bem. Somos uma equipe mesmo, não é? (Eu)

Eu e Renato nos abraçamos. Agradeço a Deus e a guardiã por tê-lo conhecido na montanha sagrada do Ororubá. Desde então, ele tinha tido uma importância enorme servindo como amigo, confidente e companheiro de aventuras. Batalharíamos juntos nesta nova busca e, com o estímulo adequado, poderíamos sair novamente vencedores. Continuem acompanhando, leitores.