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José, O Grande Servo
José, O Grande Servo
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José, O Grande Servo


E sem saber de nada, o pai teve de aguentar a bronca do filho e além disso agradecer pelo seu interesse.

Quando passou algum tempo, o garoto contou o que aconteceu e por que ele não queria que ninguém ficasse na sua frente quando saíam para caçar e o pai começou a rir, então disse:

- Além de quase me matar, você me dá uma bronca e eu vou e agradeço. – E depois ele disse: – Como prudência, a medida me parece boa, mas neste caso você tem de deixar que os outros disparem primeiro de vez em quando, caso contrário vai parecer que você está se aproveitando das circunstâncias.

Estes são os pequenos detalhes da vida de um menino de província, como se poderia dizer agora. No entanto, a seguir, você verá algo que realmente lhe causou uma grande impressão e marcou-o para o resto da sua vida.

Foi durante uma viagem que fez à Capital, já que ele morava em uma cidade vizinha. Ele marchava a cavalo com outros que também eram jovens como ele. Eles iam na frente e no meio do caminho encontraram um pobre velho que mal conseguia andar e que andava carregado com um fardo de lenha para vendê-la no mercado.

Quando passaram com os cavalos, o ancião caiu ao chão. Os companheiros de José, em vez de descer para ajudá-lo ou ver se havia acontecido alguma coisa com ele, começaram a zombar e assim, o homem assustado e entre as patas dos cavalos, mal conseguia gritar.

E teve um azar tão grande que um dos cavalos pisou em sua perna a ponto de quebrá-la. O velho gritou tão forte, que as pessoas nos cavalos ficaram em silêncio e percebendo o que haviam feito foram embora correndo.

José viu tudo lá de trás e embora também tivesse rido, não interviu. Ele ficou, desceu do cavalo e tentou ajudar o velho e este cheio de raiva acertou-o na cabeça com o cajado que levava, mas José disse:

- Mereço o que você me deu por ter rido em vez de ajudá-lo, por isso estamos em paz. Deixe-me ajudá-lo e diga para onde posso levá-lo pois você não pode caminhar.

- Tenho de levar a lenha até a cidade para vender pois é o único meio que tenho para viver – o velho respondeu após se acalmar um pouco.

-Não se preocupe com isso! - disse José. – Eu a compro e agora me diga para onde posso levá-lo. E como se chama?

- Eu me chamo José e sou carpinteiro. Um dia fui um homem que tinha dinheiro, mas agora como estou muito velho e não posso trabalhar, eu me dedico a recolher lenha e levá-la para vender e com o que me dão eu vivo como posso. Eu e minha mulher, que se chama Maria e que também é velha como eu – respondeu o velho.

Isso surpreendeu o menino já que também tinha o mesmo nome. Ele também lembrou daquela menina, que tinha o mesmo nome que o velho havia dito que tinha sua mulher e enquanto ficava pensando percebeu que o velho continuava no chão e da sua boca saiu um gemido enquanto apertava a perna ferida. Com cuidado José o colocou no cavalo e quando quis se pôr a caminho, o velho disse:

- Senhor, a lenha! – ao mesmo tempo em que apontava para a lenha caída.

José a recolheu e colocando-a no alto do cavalo disse ao velho:

- Indique o caminho e irei levá-lo em casa!

Ele indicou e quando chegaram viu que tinha uma oficina que um dia foi importante por causa do seu tamanho, mas que agora parecia completamente arruinada. Tudo estava por cair!

E saiu uma mulher que mal ficava em pé e que se assustou muito e perguntou o que havia acontecido. E o velho contou tudo enquanto José não dizia nada.

Quando a mulher se acalmou um pouco, José pegou o velho em seus braços e ajudado pelo cajado que ele tinha, entrou na casa. Na verdade, ele nunca esteve em uma casa tão grande e tão miserável ao mesmo tempo. Ele perguntou para a mulher:

- Onde fica o lugar onde ele descansa? – pois não se atreveu a dizer cama já que não sabia se havia alguma.

Ela respondeu que eles dormiam no chão, em umas esteiras e algumas peles que havia ali.

Quando deixou o velho em cima das esteiras, fez intenção de ir embora, mas o velho disse:

- Já que você tem bom coração e é bondoso, faça a caridade completa. Pegue água no poço já que minha mulher não tem força para subir o balde e era eu quem fazia isso e agora não posso.

José fez o que lhe pediam e tirou a água do poço. Ele tirou um balde e como o poço era profundo, estava pesado. E segurando o balde, ele disse a mulher:

- Diga-me, onde coloco a água? Na verdade, ele não me explicou. Como seu marido consegue tirá-la pois é extremamente pesado.

- Muito mais pesam os anos que temos e a ingratidão das pessoas e inclusive a sua, embora sem saber. Pois desde que entrou aqui, só pensou em ir embora e não em curar a ferida que seus amigos causaram -respondeu a mulher.

- Mulher, você lê meus pensamentos e eu peço perdão por isso. Mas como ainda há tempo de reparar o que não fiz, deixe-me fazê-lo – respondeu José envergonhado, pois ela dizia a verdade.

E dizendo isso, ajoelhou-se ao lado do velho, descobriu sua perna e olhou para ela. Ele pensou que não havia remédio, pois, a perna estava esmagada e por ser ossos velhos, estavam destruídos. José voltou a se dirigir a mulher, dizendo:

- Não sei nada sobre como curar isso. Diga-me você o que tenho de fazer e tentarei fazê-lo da melhor maneira possível!

E a velha disse que fosse ao bosque, procurasse algumas ervas; depois pegasse alguns galhos, limpasse uma árvore e mais algumas coisas.

O menino apressado foi para o bosque, fez o que lhe haviam dito e voltou carregado com tudo. Ele estranhou não ver o velho deitado e meio que morrendo. Ele estava muito melhor e com a perna que não parecia a mesma, pois quase não tinha nenhum machucado. E o que havia parecia ser superficial. E dirigindo-se à mulher, ele perguntou surpreso:

- O que você deu para ele que realizou tal maravilha, pois a perna que eu vi estava em tal estado que quase não tinha remédio e agora vejo que amanhã ele poderá caminhar e isso só pode ser obra do céu.

- Preste atenção no que estou dizendo, sua bondade, seu bom coração e sua generosidade são o melhor remédio que eu poderia ter. Deixe tudo naquele lugar e siga-me! – disse o ancião.

Ele se levantou sem nenhum esforço e José não saia do seu espanto. E o velho disse:

- Venha que vou te mostrar uma carpintaria e você verá como se pode fazer maravilhas com ela.

Ele foi mostrando todos os instrumentos, que embora velhos, os conservava em bom estado. Ele mostrou algumas peças que ainda conservava como amostras para demostrar o que sabia fazer. Ele disse:

- Se você quiser, com um pouco de esforço, em pouco mais de um ano você poderá conseguir maravilhas, pois tudo depende da força de vontade que cada um coloca e o empenho em consegui-lo. E assim, aquele que se entrega por completo a uma obra consegue totalmente, produz cem por cento e não se cansa nada além do que é justo. Mas aquele que se entrega pela metade não consegue nada e a única coisa que faz é perder tempo. Se você quiser, eu lhe ensino a arte da madeira, que como todas as artes, não depende apenas da força de cada um, mas daquilo que se aprende com paciência e ouvindo os bons conselhos.

José estava impressionado com tudo que estava acontecendo e disse:

- Meu senhor – pois o respeito havia lhe chegado de repente – sou uma pessoa inútil, pois nasci como príncipe da casa de Davi, e ele não deixou muito dinheiro de herança, mas honras e além de saber que um dos seus descendentes seria o MESSIAS. Mas também nos deixou sem saber fazer nada e ficar o dia inteiro ocioso - e o próprio José estava surpreso com as palavras que saiam da sua boca, pois nunca havia pensado assim e continuou: - Se você quiser vamos fazer uma coisa. Venho todos os dias e você me ensina sem dizer nada a ninguém, pois se ficarem sabendo dão por encerrado o que pretendemos.

- Se quer aprender e você parece bem disposto, poderia ficar com tudo isso já que nós só queremos um lugar como este onde descansar e eu poderia instruí-lo em tudo que você precisa saber para ser um carpinteiro de primeira classe - disse o velho.

O menino considerou isso adequado, mas disse:

- Deixe-me pensar!

- Daqui a uma semana vou esperar por você. Se você não vier, entendo que não quer e vou procurar outro menino que pareça melhor – disse o velho.

- Não, vou responder em dois dias! – José o corrigiu.

Quando se dirigia para a porta encontrou a mulher e olhando em seus olhos descobriu uma bondade tão grande que encheu seu coração de alegria e ele disse:

- Já vi estes olhos antes, mas não me lembro onde! – ele se despediu.

- Olha – o velho disse antes dele ir embora - para que não se esqueça, vou te dar algo que pode ser útil para você – ele deu seu cajado e continuou – É de uma madeira muito especial e eu entendo disso, pois trabalhei com madeira durante toda minha vida e tem a virtude de dar força quando falham, de apoiar quando alguém cai e de ajudar a se levantar quando se está caído no chão. Além disso o defende, dá segurança e protege de todo mal que possa vir de fora e dá justiça àquele que quer desonrá-lo e você verá por si mesmo que tem muito mais propriedades que lhe serão reveladas quando levá-lo na mão e tiver um carinho especial por ele como eu tenho, mas eu o deixo com você até que você retorne pois como não posso caminhar por estar machucado, não tem nenhuma utilidade para mim agora. Mas se você voltar, eu o darei a você como um presente para sempre e você vai descobrir que, através dele, chegará aonde não conseguiria sem ele – e assim o velho se despediu.

A velha estava na porta e quando ia embora, ela disse:

- Deixe-me segurar sua mão! – e ao fazê-lo, o menino sentiu o mesmo calor de quando aquela jovenzinha havia segurado sua mão e pensou ter reconhecido seus olhos na mesma velha que tinha diante dele.

Quando chegou em casa seus amigos estavam esperando por ele e quando o viram chegar com um feixe de lenha em cima do cavalo, suas mandíbulas quebraram de tanto rir. É que José não se deu conta de descarregar a lenha que havia recolhido do velho e disse aos seus amigos: